Gente de quem? Filha de Sebastião eletricista e Célia costureira, Priscila Camargo Suzuki é artesã há mais de quinze anos. Mãe, dona de casa, empreendedora. Leva seu alto astral para as redes sociais na divulgação de seu trabalho, fazendo sucesso pela autenticidade.
Quando começou a “viver” do artesanato?
Eu comecei muito cedo, inspirada pelo meu avô paterno, pintor. Minha mãe percebeu que eu levava jeito para desenhar e me matriculou em cursos de pintura em tela. Fui fazendo vários cursos de pintura em tela, e fiz disso um hobby. Os primeiros trabalhos surgiram quando eu trabalhava como vendedora em uma loja infantil. Alguns clientes viram minhas telas e começaram a me procurar para realizar pintura em tecido. Eu nunca tinha pintado em tecido, mas encarei o desafio e fui com a cara e a coragem. Adoro aprender coisas novas.
Aprendi com meus próprios erros e fui aperfeiçoando as técnicas. Logo não estava tendo tempo para fazer os pedidos, porque só trabalhava nos finais de semana. Decidi largar o emprego CLT e mergulhei de cabeça no mundo do artesanato. E estou aqui até hoje!
Fazer artesanato mudou a sua vida?
Sim, o artesanato, além de ser minha profissão, é minha paixão. Ele transforma as pessoas. Para muitas, ele é uma válvula de escape, cura depressão. O artesanato me possibilitou conhecer vários outros artesãos de muitos lugares do Brasil e do mundo. Consegui parcerias e uma das minhas realizações foi ter meus trabalhos expostos na maior feira de artesanato da América Latina a “Mega Artesanal”.
Consegue separar hora de trabalhar e de descansar?
Essa é a parte mais difícil para uma artesã, porque a gente trabalha com tanto amor envolvido com uma pintura, que a hora passa voando e a gente nem percebe (risos). Vou contar o que aconteceu comigo há dois anos, trabalhava em uma rotina puxada, sem descanso e acabei ficando doente. Aprendi a lição da pior maneira. Hoje em dia cuido de mim, reservo tempo para me exercitar e tiro alguns finais de semana para descansar.
O que você mais vende?
O carro chefe do ateliê são os aventais personalizados. Eles são criados para cada cliente. Faço desde a confecção até a criação de mascote, ou a pintura que a cliente desejar em seu avental. Mas também faço muitos panos de copa e as fraldinhas personalizadas, os primeiros trabalhos no início da minha carreira.
Qual conselho você daria para quem quer viver de artesanato?
Acredite em si mesma(o), no seu potencial. Parece uma frase clichê, mas no início a gente se desanima, nada é fácil no começo. A gente tem que persistir no que acredita. Buscar aprender coisas novas, se atualizar nas tendências. No artesanato, a gente sempre tem que trazer novidades. E principalmente, valorize seu trabalho, se valorize.